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17 fevereiro 2012

Mitologia: Cleópatra



Bom, eu sou um dos calouros do blog e meu primeiro post deveria ter sido na sexta feira passada, com tema livre. Mas por motivos alheios, não pude postar no prazo que me foi dado e nessa semana, cujo meu tema é Mitologia, eu decidi falar sobre um assunto mais a ver com História do que com Mitologia, mas esse assunto gera alguns sub-assuntos e, na maioria das vezes, muito fantasiosos e como fantasia tem relação direta com Mitologia... Aqui vou eu.
Eu escolhi falar sobre Cleópatra. Muitos de vocês devem imaginar logo a figura de Liz Taylor com aquele delineador fortíssimo e aqueles olhos azuis que ficaram tão famosos em Hollywood. Pois bem, é justamente Liz e alguns diretores de Hollywood, os principais culpados pela distorção da figura da última faraó mais famosa da história egípcia. E essa figura feminina tão famosa também foi usada pela autora P.C Cast, no Manual do Novato 101 (em que, diga-se de passagem, minha parte favorita é justamente na qual ela se refere à Cleópatra.).

Elizabeth Taylor, em "Cleópatra"

No Manual do Novato, P.C. conseguiu muito bem mesclar a cultura vampiresca que ela e a filha criaram com os costumes egípcios da época em que Cleópatra reinou. Por exemplo, ao definir o general romano Júlio César, o então amante da faraó, como seu consorte, sendo que a real relação entre os dois não passava de uma parceria política, mas que se tornou um romance mais tarde.
Ao contrário das histórias que contam, Cleópatra atraía atenção, tanto na sociedade egípcia quanto dentre os romanos que dominavam o Egito, por sua inteligência, ousadia e pelo simples fato de ser uma mulher numa época onde só varões reinavam, e não pela beleza como fica subentendido no filme e em tantos outros relatos sobre ela, não que a mesma não fosse bela, apenas não era um fator que a definisse.
Um exemplo da sua ousadia são os relatos de como a rainha egípcia conseguiu se aproximar de Júlio César. Ela ordenou que fosse enrolada em um tapete e fosse entregue pelos seus servos a Júlio César como um presente dela mesma, com o objetivo de pegar o general sozinho e vulnerável em seu quarto suscetível à sua sedução (só fico imaginando o trabalho que Júlio César teve pra desenrolar Cleópatra e ela, pra se recompor e ainda seduzir o romano, deve ter levado tempo, mas ok). E era dessa maneira, com ousadia, usando inteligência e seus atributos femininos (não só a beleza) pra alcançar seus objetivos.

Cleópatra foi casada com dois dos seus irmãos mais novos, um costume na época, e talvez um dos fatores por ela ter sido tão mais influente que eles, é atribuído a sua personalidade. Não há relatos muito conhecidos sobre seus irmãos (Ptolomeu XIII e Ptolomeu XIV) se eram submissos à irmã, mas é inegável o quando a figura de Cleópatra os ofuscou.
Outro ponto que gera MUITA FANTASIA é a morte da "soberana do Nilo" (não resisti o trocadilho). Nos filmes, tudo é encenado de uma maneira dramática e cinematográfica, do jeito que é pra ser em um filme. Só que como todo filme histórico, alguns acreditam e até recontam a história de Cleópatra da maneira do filme, em que ela se mata deixando que uma serpente a pique. Sim, ela se matou, e sim, provavelmente tem uma cobra envolvida, já que era uma das maneiras em que os egípcios obtinham veneno. Mas o "suicídio" de Cleópatra só vem depois de muitos anos e alguns filhos, sim, ela teve filhos, na base de quatro, sendo um deles, filho de Júlio César, que foi morto em uma das várias revoltas que enfrentou. Cesarião, filho de Júlio César, foi posto no poder pela mãe, depois dela ter se "livrado" (e não se sabe como) do irmão/marido Ptolomeu XIV. Os outros três filhos surgiram da união da rainha com Marco Antônio, um dos dois generais que assumiram  o poder na cidade romana de Alexandria o qual Cleópatra usou a mesma tática que usara com Júlio, de aliar-se política e amorosamente com o militar romano.

A morte, de fato, da rainha egípcia só veio depois de vários conflitos políticos dela e Marco Antônio contra o outro general romano, Otávio, que questionava a lealdade de Marco. Talvez esses embates tenham se intensificado pelo fato de Marco Antônio ter sido casado com a irmã de Otávio, o qual, obviamente não viu com bons olhos a união do ex-cunhado com a rainha do povo que eles queriam conquistar. Em uma das várias batalhas que houve, Otávio conseguiu acabar com as tropas de Marco Antônio e também com as de Cleópatra, obrigando-os a escolher entre serem mortos pelo inimigo ou se matarem e morrerem com dignidade. E é aí que entra a clássica cena do suicídio da "soberana do Nilo". Não satisfeito, Otávio também matou todos os filhos de Cleópatra, tomando pra Roma o poder no Egito.

Página do "Manual do Novato 101", de P.C. Cast e Kim Doner, onde Cleópatra é citada e a autora atribui a ela a afinidade com o fogo.

Enfim, sei que esse post não tem muita coisa de Mitologia, e parece mais uma aula de História, eu sei. Só aproveitei o gancho que P.C. Cast me deu no Manual do Novato, usando um dos meus personagens históricos favoritos e a transformando numa vampira, mostrando pra vocês algumas das coisas que eu sei e outras que eu pesquisei. Espero que tenham gostado.

Merry Meet, Merry Part, Merry Meet Again para todos.

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