Fanfic - Amada

PS: Spoiler’s dos 5 primeiros livros.

AMADA

Quando me encarei em frente ao espelho a primeira coisa que encarei foram meus olhos. Eu estava cansada, e isso estava refletido ali - mas não é para menos, derrotei minha ex-alta sacerdotisa e um anjo-semi-deus-caído que queriam dominar o mundo no maior estilo Pink e Cérebro, qualquer um ficaria exausto. Meu olhar seguiu o padrão rendado das minhas tatuagens de safira que demonstravam o carinho da minha Deusa comigo, até que atingiu minha nova marca. Um traçado diagonal retorcido cobria parcialmente a cicatriz que o corvo escarnecedor me deixou de brinde para me recordar eternamente daquela quase-guerra que eu e meus fies amigos conseguimos evitar.
Meus dedos foram diretamente para a cicatriz. Era possível vê-la claramente através dos traços azuis na minha pele. Era feia, vermelha e em alto relevo grosso. Lágrimas vieram aos meus olhos, eu gostaria de dizer que eram apenas em agradecimento a Nix por mais uma demonstração de amor, mas eu sabia que meu lado feminino – no sentido claro de uma garota de apenas dezessete anos, e não de uma sacerdotisa com poderes fora dos padrões – sentia tristeza e vergonha daquela marca.
Eu tinha medo de nunca conseguir deixar que alguém me visse sem roupa. Sei que eu não deveria pensar nisso, - ou pelo menos, não agora - mas com todo esse meu problema de namorados Erik-Heath – e como se não bastasse agora, Stark – não tinha como deixar de pensar que hora ou outra isso ia acontecer – isso eu digo ficar sozinha com um garoto com vontades potencialmente sexuais. Depois do que aconteceu com Loren Blake – o professor mais quente e charmoso da House of night que me seduziu e tirou minha virgindade, a mando da ex-alta sacerdotisa e minha ex-mentora Neferet-toda-poderoza-rainha-do-mal – eu achava não ser capaz, ou não querer pensar nisso por muito tempo. Mas nos últimos dias o mundo quase entrou em guerra, pessoas morreram – vovó quase morreu – isso faz você refletir sobre as coisas importantes da vida, e sobre quem é importante na sua vida. E, definitivamente, Loren Blake e sua lembrança não tem mais espaço na minha.
Achei ter ouvido um barulho, assustada olhei em volta e só vi o espaço vazio do banheiro. Tentei desviar minha mente do mundo lá fora, eu estava de volta a House of Night e, por enquanto, estava segura. Entrei no chuveiro e senti a água morna banhar o meu corpo nu.
-Água, leve com você os meus medos. – sussurrei para o elemento e pude senti-lo remover os pensamentos ruins que rondavam a minha cabeça.
Meu corpo foi relaxando aos poucos, e eu pude aproveitar aquele momento de paz. Há muito tempo não me sentia tão tranqüila. Deixei minha mente vagar sozinha e ela me levou diretamente a Stark.
Abri meus olhos de súbito e encontrei os profundos olhos dele me encarando. Eu devia ter gritado, tentado proteger meu corpo exposto, corrido, mas estranhamente eu apenas o encarei de volta. Desliguei o chuveiro sem quebrar o contato visual, peguei um roupão e me vesti.
-Como você entrou aqui?
-A pergunta não deveria ser: o que você está fazendo aqui? – ele me jogou seu sorriso cínico, mas não tirou os olhos dos meus.
-O que você está fazendo aqui? – perguntei saindo do box e parando apenas a alguns passos dele.
-Eu preciso de você Zoey. – as palavras dele foram tão intensas quanto o seu olhar. Antes que eu pudesse pensar me aproximei dele, Stark aproveitou para reduzir a nossa distancia a zero segurando firme meus braços – E eu preciso de você agora.
Inclinei meu rosto para que ele pudesse ter acesso a minha boca, e ele não decepcionou, tomou meus lábios nos dele sem exitar. Sua mão esquerda me soltou para se encaixar na minha nuca mantendo meu rosto ainda mais perto do dele enquanto a outra mão segurou minha cintura e – graças a Deusa! – era o que ainda me matinha de pé. A língua dele vasculhava minha boca com uma intensidade sem tamanho, e eu ia me perdendo no toque dele a medida que seu corpo se inclinava cada vez mais no meu.
Stark quebrou nosso beijo e eu não consegui reprimir um gemido de aborrecimento. Quando abri meus olhos, ele estava me olhando com um sorriso aberto – de um tipo que eu nunca o tinha visto dar. Havia algo a mais no traço do seu sorriso, algo que estava além de cinismo e autoconfiança. Os braços dele me envolveram e colocaram-me em seu colo, apoiei meu rosto na curva do seu pescoço e me deixei ser levada em direção a cama.
-Eu... – balbuciei enquanto as mãos ágeis dele soltaram meu roupão, deixando meu corpo exposto, e apesar de tudo que pensei que fosse sentir, o que eu queria era apenas que ele me tocasse, e foi o que ele fez.
Os dedos de Stark percorreram minha pele seguindo as linhas das minhas tatuagens, do meu rosto até minha horrenda cicatriz. Tive medo que ele me rejeitasse, mas o gesto de Stark me surpreendeu. Ele traçou o caminho da cicatriz com suaves beijos, que o levaram diretamente ao meu seio direito. Meus olhos se fecharam, quando os lábios dele tomaram prontamente meu mamilo. Ele me sugava, enquanto a mão livre passeava pela minha cintura e abrindo caminho até o meu sexo. Dois de seus dedos se enterraram em mim, e eu arfei buscando o ar que faltava nos meus pulmões, meu corpo respondia ao seu toque e se arqueava buscando o atrito das mãos dele.
-Stark... – gemi o nome dele enquanto sentia minha intimidade cada vez mais úmida.
A boca dele soltou o meu mamilo e fez um caminho de beijos até o meu baixo ventre. Ele tirou os dedos de dentro de mim e eu berrei quando senti a língua dele passeando do meu clitóris até a minha entrada. Eu nunca havia sido tocada assim, meu corpo todo tremia em resposta ao seu toque. Meu clímax estava chegando, eu podia sentir meus músculos se contraindo, eu achava que sabia como isso ia acabar, mas o que Stark fez em seguida, colocou todas as minhas ilusões sexuais abaixo.
Stark levantou a minha perna e com a unha fez um corte na minha pele da virilha. Quando meu sangue jorrou a boca dele o tomou para si, fechei meus olhos sentindo os espasmos do meu corpo. Quanto mais ele me bebia, mas excitada eu ficava, meus sentidos estavam apenas nele, e eu não queria que aquilo acabasse.
Lábios ainda úmidos de sangue tocaram os meus e eu pude sentir meu gosto misturado a saliva dele. Ele encaixou meu rosto em seu pescoço que tinha uma pequena ferida aberta. Quando tomei o primeiro gole o corpo dele se uniu ao meu, me deixei ser levada no ritmo dele, meu corpo inteiro estava mole e entregue, foi como uma corrente elétrica que senti que havíamos encontrados juntos o máximo do prazer.
Soltei seu pescoço para encará-lo, ele me olhou e sorriu, pela segunda vez aquele sorriso diferente. E foi aí que eu entendi o que havia de diferente, aquilo era sinceridade, carinho, era... devoção. Stark me amava, e dentro de mim eu sabia, não havia como lutar contra isso, eu o amava também.

Autora: Nathalia Cavassa